John Sharpe, Socialist Party (CIT na Inglaterra e País de Gales) - 09 de junho de 2010 |
Neste ano, 12 trabalhadores cometeram suicídio na fábrica que faz os iPads da Apple. Outros quatro sobreviveram, gravemente feridos, e outros 20 foram impedidos de se matarem pela empresa. Todos os mortos tinham entre 18 e 24 anos. A Foxconn – uma fábrica do tamanho de uma cidade na zona econômica livre de Shenzhen, no sudeste chinês – emprega 400 mil trabalhadores migrantes. Eles trabalham 70 horas por semana por cerca de U$ 0,50 a hora, sob uma administração de estilo militar e terríveis condições de trabalho. A Foxconn também fornece material para a Dell, Hewlett Packard e Sony e é uma das maiores produtoras de computadores e eletrônicos do mundo. Um trabalhador disse: “Nós estamos extremamente cansados, sob uma tremenda pressão. Nós concluímos uma etapa a cada 7 segundos, o que nos requer muita concentração e ficar trabalhando e trabalhando. Trabalhamos até mais rápido que as máquinas. A cada turno (10 horas), produzimos 4 mil computadores da Dell, todo o tempo em pé. Conseguimos atingir esse número a partir do esforço coletivo, mas muitos de nós se sentem esgotados”. Uma semana atrás, uma equipe disfarçada se infiltrou na fábrica. Eles contaram ao Daily Telegraph: “Centenas de pessoas trabalhando nas unidades mas são proibidos de falar entre si. Se você conversar, recebe uma marca preta em seu registro e leva uma bronca de seu gerente. Você pode também ser multado.” A empresa está construindo redes envolta dos dormitórios de sete andares, onde os trabalhadores tem pulado. Eles também contrataram 70 psicólogos e trouxeram monges budistas. Sweatshop Terry Gou, o bilionário taiwanês presidente da empresa matriz da Foxconn, a Hon Hai, excursionou pela fábrica com jornalistas horas antes da última morte. Ele disse: “esta não é uma sweatshop (termo para empresas que superexploram os trabalhadores)”. Ano passado, as vendas na Apple foram de 30 bilhões de libras (80 bilhões de reais). A auditoria da empresa, a partir de seus próprios códigos, mostrou que 102 instalações desrespeitaram as “rigorosas regras” de horas de trabalho, 39% quebraram as regras de prevenção a acidentes de trabalho e 30% não cumpriu as normas de uso do material tóxico. Houve também violações sobre trabalho infantil e registros falsos. Será que a Apple cancelará os contratos? Eu não guardaria esperança. A imagem moderna, high tech da Apple provou ser um véu atrás do qual centenas de milhares de trabalhadores são brutalmente explorados em condições bárbaras. Os trabalhadores chineses precisam de sindicatos democráticos, combativos e independentes para lutar por salários e condições decentes e pelo fim da tirania nessas prisões industriais. Fonte LSR |
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