sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Mais de 50 mil estudantes saem às ruas em Londres contra cobrança de mensalidade nas universidades

Jovens entram em confronto com a polícia no maior protesto das últimas décadas no país.
Estudantes protestam em frente à sede do Partido Conservador

Após a França, agora é a vez da juventude inglesa se levantar contra os pacotes de cortes promovidos pelos governos europeus. Nesse dia 10 de novembro, mais de 50 mil estudantes foram às ruas em Londres protestar contra a cobrança de mensalidade nas universidades.

O plano do governo prevê o aumento das taxas anuais para os empréstimos estudantis. O pacote pretende dobrar ou até mesmo triplicar em alguns casos o piso para os empréstimos, que hoje está em 3.290 libras anuais (equivalente a R$ 8,9 mil). O governo planeja, além disso, cortar em até 40% o orçamento para as universidades e acabar com as bolsas para os docentes.

O fato de um dos partidos do governo, o Liberal-Democrata, que governo junto com os conservadores ter prometido durante a campanha não mexer nas taxas aos estudantes acendeu ainda mais a revolta. Os 50 mil estudantes percorriam uma das principais avenidas do centro de Londres, dirigindo-se ao Parlamento, quando de 200 a 300 jovens desviaram da rota e atacaram a sede do Partido Conservador.



Centenas de estudantes ocuparam o prédio e foram reprimidos pela polícia. Houve confronto e cerca de 30 jovens foram presos. Segundo a imprensa, 14 ficaram feridos, sendo 2 policiais. Essa foi a maior manifestação em décadas no país, sendo comparado às mobilizações contra o governo neoliberal de Tatcher na década de 80.

Pior corte desde a II Guerra
Os ataques às universidades fazem parte do pacote de cortes anunciada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron. Trata-se do maior corte fiscal desde a Segunda Guerra Mundial e que prevê, entre outras medidas, a eliminação de meio milhão de empregos públicos. Os cortes afetam todas as áreas, inclusive as socais.



O protesto deste dia 4 refuta a tese difundida em meio ao anúncio dos cortes, de que a Grã-Bretanha não veria mobilizações tão grandes e radicalizadas quanto às da França, devido o perfil do povo inglês. Os jovens ingleses confirmaram o protagonismo dos estudantes na luta contra os ataques e os pacotes de arrocho na Europa.

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