segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Centenas de milhares nas ruas do mundo inteiro, Contra o Capital

151011_roma2
Diário Liberdade - [16.10.11, 12.45] O Diário Liberdade acompanhou as mobilizações em cidades galegas e do mundo, ao tempo que podemos oferecer o resultado da colaboração popular.
____________________________________
A resposta à convocatória por uma mudança global foi multitudinária nas principais cidades europeias, mas também nos EUA, Austrália, Indonésia e outras regiões do mundo.
Em cidades como Madrid (Estado espanhol) ou Barcelona (Países Catalães) a resposta foi simplesmente esmagadora.
Estados Unidos
Em Nova Iorque as mobilizações decorreram durante todo o dia, e culminou com a participação de mais de 18 mil pessoas na Times Square, segundo informou o canal televisivo estadunidense NBC.
Europa
'Contra a ditadura financeira', 'Por uma Europa Solidária', 'Nós somos o poder, não somos mercadoria'... são algumas das palavras de ordem que mobilizam centenas de milhares de pessoas em capitais como Lisboa, Barcelona, Berlim, Frankfurt, Madri ou Roma, que registram as maiores manifestações na Europa.
- Itália
No caso de Roma, cerca de 200 mil manifestantes tomaram as ruas e houve uma luta aberta entre manifestantes e as forças repressivas (ver fotos abaixo). Carros foram queimados e foram atacadas lojas e bancos do centro da capital italiana, onde se manifestam centenas de milhares de pessoas. Também as instalações do Ministério da Defesa foram atacadas com fogo e um incêndio foi registrado em um setor do edifício. A polícia reprimiu os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo, caminhões de jatos d'água e prendeu dezenas de ativistas.
- Inglaterra
Em Londres também se registou tensão entre dezenas de milhares de pessoas e as forças repressivas mandadas pelo grande capital que detém o poder no país e infiltradas entre as importantes mobilizações. O líder do WikiLeaks, Julian Assange (vídeo abaixo) fez um breve discurso junto aos manifestantes e foi levado pela polícia minutos depois colocar uma máscara.
- Bélgica
A manifestação na capital Bruxelas (vídeo abaixo) partiu da estação Norte em direção à praça da bolsa de valores. Depois seguiu para o distrito onde ficam as sedes da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu.


Milhares de manifestantes levaram cartazes com dizeres como "Parem a ditadura financeira"; "Por uma Europa solidária" e o "O dinheiro mata". A passeata ocorre em clima pacífico.
- Alemanha
Foram cerca de 40 mil pessoas, segundo cálculos do próprio movimento, que participaram das concentrações em todo o país.
Em Berlim dezenas de milhares de pessoas se manifestaram nas redondezas do Reichstag, parlamento alemão, e há informes que dão conta que 2 mil dos participantes ocuparam o parlamento.
Segundo as agências internacionais, cerca de 5 mil pessoas protestam na cidade de Munique, em frente ao prédio do Banco Central Europeu.
Em Frankfurt entre 5 a 6 mil pessoas tomaram as ruas para protestar contra a austeridade e as políticas da União Europeia (vídeo abaixo).
- Grécia
Em Atenas a Praça Syntagma esteve ocupada por alguns milhares de pessoas em solidariedade à Síria e contra as políticas de austeridade
Península Ibérica
- Galiza
151011_vigo
Na Galiza, as maiores manifestações ocorreram em Vigo (10 a 15 mil, foto à esquerda), Compostela e na Corunha, contando-se por dezenas de milhares as pessoas participantes, mas há outras manifestações menores nas restantes cidades do País, mas ao todo são muito mais numerosas do que as acontecidas meses atrás.
O Diário Liberdade teve uma repórter a acompanhar a mobilização da Corunha, na que vários milhares de manifestantes participaram. Em breve, ofereceremos às nossas leitoras e leitores entrevistas e materiais do seu interesse.
A seguir, a galeria de fotos da Galiza, com imagens da Corunha, principalmente, mas também de Lugo, recebida através da colaboração com o Diário Liberdade e de Compostela. Esta galeria será completada com mais fotografias.


Portugal
Em Lisboa, dezenas de milhares tomaram a escadaria principal da Assembleia da República, contra o sistema capitalista e a crise, ultrapassando a barreira de polícias que tentaram evitar a ocupação da entrada ao Parlamento. Apelos à greve geral e contra as medidas tomadas nos últimos dias pelo governo neoliberal do PSD-PP contra os direitos da maioria trabalhadora portuguesa.
No Porto foram entre 10 e 20 mil as pessoas participantes na manifestação, que concluiu com uma assembleia na praça da Batalha, em que se debatem novas medidas mobilizadoras contra as agressões do capital ao povo.


- Estado espanhol e Euskal Herria (País Basco)
Grandes manifestações ocorreram em Madri (vídeo), com cerca de 500 mil participantes, em Barcelona, com uma manifestação de mais de 3 km de comprimento e com estimativa de 350 mil pessoas, nos Països Cataláns, Bilbau (Euskal Herria, vídeo abaixo), Sevilha, Valência (vídeo), Málaga (vídeo), Murcia, Cádiz... sendo a região europeia com maiores mobilizações nesta jornada, juntamente com a Grécia, que também juntou importantes mobilizações de massas. Foram cerca de 80 cidades protestando por todo o Estado espanhol.


Em Madri o Diário Liberdade foi informado da proposta por parte de um grupo de manifestantes de as massas se achegarem ao congresso espanhol para o ocupar, sem que finalmente se materializasse essa opção.
- Países Catalães
O Diário Liberdade acompanhou as mobilizações em Barcelona. Por volta das 18.00 uma enorme manifestação arrancou da Praça Catalunha, que fora cenário do acampamento 15M brutalmente reprimido.
161011_15osecretabarcelona
Milhares de pessoas ocuparam as ruas no meio de uma escassa presença policial que, isso sim, adquiria um enorme volume nas redondezas de edifícios "críticos" para o sistema. Algumas estimaçons falam de 350,000 manifestantes. O repórter do Diário Liberdade no local não pode confirmar o número, mas sim que várias das principais avenidas e ruas da cidade foram tomadas por quilómetros de manifestantes no que foi uma maciça mobilização.
Realizaram-se ações de sabotagem contra entidades bancárias mas também contra transnacionais e outra classe de organizações às que as e os manifestantes responsabilizaram da crise. Zara, gigante do téxtil sediada na Galiza, foi assinalada pelos recente casos de escravidão detetados em fábricas a seu serviço no Brasil.
Uma presença policial que, a olho nú, parecia escassa, contava, sim, com a participação que poderíamos classificar de massiva de "secreta". Nesse senso leitores e leitoras do Diário Liberdade indentificaram vários destes elementos policiais ocultos, como o da fotografia que ajuntamos tomada numa rua de Barcelona durante a manifestação de ontem. Um leitor mesmo informou que identificou a um deles e que este teve de abandonar a zona sentindo-se descoberto.
No final da manifestação, várias manifestações espalharam-se por todas as ruas da cidade, com o resultado de que durante um tempo o centro da cidade esteve praticamente tomado por várias manifestações, divididas principalmente em defesa da educação pública, da sanidade e da vivenda.
Foi também constante a lembrança às pessoas reprimidas pelo bloqueio do Parlament catalão faz poucos meses. Desta vez, o edifício foi protegido por forças repressivas.
Graças ao acompanhamento realizado, podemos oferecer a seguir uma completa galeria fotográfica e com vídeos do que foi a jornada de luta de ontem na capital catalã, além da fotografia que testemunha, mais uma vez, a forte presença de elementos policiais ocultos.
Oriente Médio
No mundo árabe, hoje continuaram as mobilizações de massas no Barein, com forte repressão do regime, e na Síria. Foram 23 mortos no Iêmen, em protestos que pediam o fim do regime de Ali Abdullah Saleh.
Brasil
- São Paulo
Dezenas de pessoas ocuparam o vão do MASP para protestar contra a corrupção e contra a construção de hidrelétrica em Belo Monte (Altamira, Pará).
- Rio de Janeiro
Vários centos de pessoas juntaram-se ao protesto e acabaram acampando em Copacabana. Novas ações eram discutidas e possíveis acampamentos poderiam decorrer, conforme informações enviadas ao Diário Liberdade.
- Paraná
Quatro cidades do Paraná – Curitiba, Londrina, Cascavel e Paranavaí – participaram neste sábado das manifestações. A manifestação em Curitiba começou na escadaria do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade, e seguiu pelas ruas da capital paranaense.
Porto Alegre
Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, cerca de 2 mil pessoas tomaram as ruas da cidade e ocuparam a Praça da Matriz em protesto contra o capitalismo.
Hong Kong
Cerca de 200 pessoas se concentraram nas imediações da Bolsa de Valores local, levando cartazes com palavras de ordem como "os bancos são um câncer", segundo a Rádio Televisão de Hong Kong.
Taiwan
Mais de 100 pessoas – embora os organizadores esperassem que cerca de 1,5 mil aparecessem – responderam a convocação do "15-O", em referência ao dia 15 de outubro, e se manifestaram na entrada do arranha-céu Taipé 101 cantando palavras de ordem como "Somos 99% de Taiwan".
Nova Zelândia
Houve manifestações em quatro cidades do país: Wellington, Auckland (vídeo abaixo), Dunedin e New Plymouth. De acordo com informações da Radio Zew Zeland, cerca de 500 pessoas estiveram presentes nas marchas realizadas nas duas primeiras cidades.


Austrália
Na Austrália, centenas de pessoas protestaram na cidade de Sydney. Os manifestantes traziam cartazes com dizeres como "O capitalismo está matando nossa economia". As passeatas aconteceram também nas cidades de Melbourne, Adelaide, Perth, Townsville, Brisbane e Byron Bay.
Segundo informações do jornal The New York Times, o clima dos protestos era tranquilo, com pessoas inclusive tocando músicas para animar a multidão. Ainda segundo a publicação, havia cerca de 800 pessoas nos protesto australiano realizado nas imediações do Banco Federal do país.
México
Cerca de 400 manifestantes, em sua maioria jovens, reuniram-se em uma praça da capital mexicana em resposta ao chamado mundial dos indignados e apresentaram várias reivindicações, entre eles por fim à violência do narcotráfico, construir uma nova democracia, fim das desigualdades, interromper os investimentos militares e investir mais em educação e saúde.
Os jovens instalaram tendas a partir de meio dia na praça do Monumento à Revolução e deixaram um microfone aberto para organizar as palavras de ordem junto ao som dos tambores.
São quase um milhar de manifestações um pouco por todo o mundo, que mostram o rejeitamento global à ofensiva capitalista, numa fase de crise considerada por alguns como terminal, o que não lhe tira nenhuma da sua crueldade intrínseca.
Argentina
Algumas centenas de pessoas se reuniram na Av. de Mayo e 9 de Julio para se solidarizarem às comunidades Qom, esta que está sendo reprimida inclusive com assassinatos.
Galeria fotografica
Oferecemos impressionantes imagens publicadas por diferentes meios e enviadas por laboradores e colaboradoras do Diário Liberdade, recolhidas em diferentes lugares do mundo.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Educadores lançam manifesto contra o fechamento de escolas no meio rural


141011_educMST - Um grupo de professores, intelectuais e entidades da área da educação assinaram manifesto lançado pelo MST, nesta sexta-feira (14/10), que denuncia o fechamento de 24 mil escolas na área rural e cobra a implementação de políticas que fortalecimento da educação no meio rural.

“Fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!”, denuncia o documento.
Entre 2002 e 2009, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
Assine você também o manifesto
O manifesto é assinado pela filósofa Marilena Chauí, professora de Filosofia da Universidade de São Paulo, os educadores Dermeval Saviani, doutor em Filosofia da Educação e professor da Universidade Estadual de Campinas, Gaudêncio Frigotto, professor titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Entre as entidades, subscrevem o documento a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Ação Educativa.
Abaixo, leia o manifesto.
CAMPANHA FECHAR ESCOLAS É CRIME!
Mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas nos últimos oito anos
A Educação é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal (Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo III, seção I) - direito de todos e dever do Estado. Entretanto, nos últimos anos, milhares de crianças e adolescentes, filhos e filhas de camponeses, estão sendo privados deste direito.
Nos últimos oito anos, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
Para essas famílias camponesas, o anúncio do fechamento de uma escola na sua comunidade ou nas redondezas significa relegar seus filhos ao transporte escolar precarizado, às longas viagens diárias de ida e volta, saindo de madrugada e chegando no meio da tarde; à perda da convivência familiar, ao abandono da cultura do trabalho do campo e a tantos outros problemas.
O resultado comum desse processo é o abandono da escola, por grande parte daqueles levados do campo para estudar na cidade. É por essa razão que os níveis de escolaridade persistem muito baixos no campo brasileiro, em que pese tenha-se investido esforços e recursos para a universalização da educação básica.
Portanto, fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!
A situação seria ainda mais grave não fosse a luta dos movimentos sociais do campo, por políticas de ampliação, recuperação, investimentos, formação de educadores e construção de escolas no campo. Importantes para reduzir a marcha do descaso dos gestores públicos para com os sujeitos do campo, mas insuficiente para garantir a universalização do acesso à educação no campo.
Denunciamos essa trágica realidade e conclamamos aos gestores públicos municipais, estaduais e federais que suspendam essa política excludente, revertendo o fechamento de escolas e ampliando o acesso à educação do campo e no campo. Conclamamos também a sociedade brasileira para que se manifeste em defesa do direito humano à educação, em defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens do campo frequentarem a educação básica, no campo.
Defender as escolas do campo é uma obrigação, fechar escolas é um crime contra as futuras gerações e a própria sociedade!
Assinam
Marilena Chauí - Professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP)
Dermeval Saviani- Doutor em Filosofia da Educação – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP),
Gaudêncio Frigotto, Professor Titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) mestre e doutor em Educação
Roberto Leher - Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Celi Zulke Taffarel - Doutora em Educação – Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Sergio Lessa, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Elza Margarida de Mendonça Peixoto - Doutora em Educação - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Attíco Chassot- Atua na área de Educação, com ênfase em Alfabetização científica e História e Filosofia da Ciência - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
Gelsa Knijnik- Doutora em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
Luiz Carlos de Freitas- é professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Cláudio Eduardo Félix dos Santos – Doutorando em Educação - Professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Mauro Titton - Professor do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Daniel Cara - Cientista Político - Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Entidades
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)- Presidente Roberto Franklin de Leão
Ação Educativa - Sergio Haddad, economista, doutor em educação, coordenador geral
ActionAid
Centro de Cultura Luiz Freire – (CCLF)
Latinoamericana da educação - Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación – (CLADE) - Coordenadora Camilla Crosso

sábado, 8 de outubro de 2011

Terrorismo e genocídio contra os índios Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul




Nota Pública do Conselho Indigenista Missionário
"Estávamos rezando, de repente chegaram dois caminhões cheios de homens, chegaram atirando, ordenaram parar, queimaram barracas e roupas e amarraram todos índios. Saímos correndo, em direção diferente. A 300 metros do local vimos as barracas queimando e muito choro. Faroletes e lanternas estavam focando pra lá e cá, as crianças e idosos não conseguiram correr. Os meus olhos enlagrimando (sic) escrevi este fato. Quase não temos mais chance de sobreviver neste Brasil".
Relato de uma vítima do atentado contra a comunidade de Pyelito Kue.
Leia a nota do CIMI:
O Conselho Indigenista Missionário - Cimi vem a público denunciar e repudiar os ataques terroristas e genocidas desferidos contra os Guarani-Kaiowá, da comunidade Pyelito Kue, em Iguatemi, no estado do Mato Grosso do Sul, ocorridos nos dias 23 de agosto e 05 de setembro. Além de terem seus pertences destruídos, vários indígenas foram covardemente agredidos por homens fortemente armados.

Para o Cimi, o fato de terem sido encontrados, no local dos ataques, cartuchos de munição calibre 12 anti-tumulto, as chamadas "balas de borracha", constitui-se em mais um forte indício de formação de milícia armada, no Mato Grosso do Sul, com a finalidade de cometer crimes contra os indígenas daquele estado.

O Cimi manifesta extrema preocupação pelo fato de que, dada a total inércia das autoridades, especialmente do Governo Federal, há possibilidades de que ocorram novos, iminentes e ainda mais graves atentados à comunidade Pyelito Kue. De acordo com informações de uma liderança da comunidade atacada, repassadas na manhã desta sexta-feira, 09, a agentes do Cimi, não tendo para onde ir, os indígenas continuam acampados próximos ao local onde sofreram os ataques, estão cercados e têm sido alvo de constantes ameaças de fazendeiros e seus "seguranças", que disparam tiros a todo o momento sobre os mesmos.

Segundo essa mesma liderança, os indígenas estão isolados numa margem do rio que atravessaram para fugir dos ataques. Estão sem roupas, sem cobertas e sem alimentos. A liderança informa ainda que depois do último atentado, ocorrido na madrugada de segunda-feira, 05, nenhum representante da Funai, Polícia Federal ou de outros órgãos públicos foi ao local.

O ataque a Pyelito Kue soma-se a outras situações análogas ocorridas, nos últimos anos, com as comunidades Apykai, Kurusu Ambá, Passo Piraju, Mbaracay, Ypoi, Guaiviry, Cachoeirinha, Buriti, Nhanderú Marangatu, Taquara, Carumbé, Itayka'aguyrusu, Yvykatu, Jaguapiré, GuiráKambi'y, entre outras. Nos últimos oito anos, mais de 250 indígenas foram assassinados no Mato Grosso do Sul.

Para o Cimi, a morosidade do Governo Federal em demarcar as terras tradicionais dos povos indígenas e a não identificação e punição dos seus agressores e assassinos constituem-se em verdadeira anuência e incentivo ao processo de terror e genocídio imposto aos Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.

O Cimi conclama a sociedade nacional e internacional a se manifestar junto às autoridades brasileiras a fim de que assumam suas responsabilidades e tomem, de uma vez por todas, as medidas necessárias e urgentes para que se interrompa imediatamente esse processo de extrema violência contra os Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.

Brasília, DF, 09 de setembro de 2011.
Cimi - Conselho Indigenista Missionário
http://www.cimi.org.br/
Fonte: http://www.cebi.org.br

As fotos abaixo foram tiradas por um fotógrafo que não pode se identificar pois corre risco de morte. Fonte: http://blog.forumeducacao.zip.net/

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Violência contra Professores na Assembléia Legislativa No Ceará


Deputado repudia violência contra professores em greve no Ceará
Um professor foi agredido na cabeça e teve de ser encaminhado ao hospital.

29/09/2011
Paralisados há 54 dias e com alguns fazendo greve de fome na Assembleia, os professores entraram em confronto na Assembleia Legislativa instantes antes da votação em plenário que aprovou a nova tabela de vencimentos da categoria.

Pelo menos um professor ficou ferido durante a manifestação. Ele foi agredido na cabeça e teve de ser encaminhado ao hospital. Segundo informações dos manifestantes, o homem teria sofrido traumatismo craniano.

Enquanto a categoria denuncia que a agressão partiu do Batalhão de Choque da Polícia Militar, os policiais dizem que os ferimentos nos professores foram provocados por um confronto entre a categoria e o destacamento militar da Assembleia.


“A Assembleia Legislativa vem cumprindo seu papel de procurar ajudar nas negociações entre professores e gestores. Infelizmente, a Casa hoje se viu como palco de atos de violência, o que não é bom pra ninguém”, destaca Lopes, autor da emenda à lei do piso salarial nacional dos professores que estabeleceu o direito a um terço da carga horária para atividades extra-sala.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

UPP prende cinco jovens no Morro da Coroa e tenta vendê-los para outras favelas


UPP prende cinco jovens no Morro da Coroa e tenta vendê-los para outras favelas

Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) prenderam no último dia 29 de agosto, cinco jovens do Morro da Coroa, no Centro do Rio de Janeiro. A prisão foi por volta da 6h da manhã, mas somente à tarde, às 14h, os policiais levaram os rapazes para delegacia.


Integrantes da Rede Contra Violência, assim que receberam a denúncia, ligaram para várias delegacias, mas sem sucesso, foram juntos com os familiares visitar delegacias mais próximas de onde a favela está localizada para saber alguma informação sobre o paradeiro dos jovens.


Segundo os familiares, os delegados da 6º e da 7º Delegacia de Policia não quiseram aceitar os jovens, já que os policiais da UPP só os levaram muito tempo depois de terem realizado a prisão. A demora em levar os jovens para a delagacia não foi por acaso: "antes de apresentar os jovens presos em alguma delegacia, levaram eles para diversas outras favelas na tentativa, ao que parece, de ´vendê-los` para facções do tráfico de drogas", afirmam moradores da comunidade.


Só a 5º DP que atendeu. Familiares dos rapazes afirmam também que os jovens foram machucados. Um deles apresentou ferimentos no pescoço. Até agora, apenas um foi solto, todos os outros foram para o presídio Ary Franco.


No início da madrugada de 30 de agosto, familiares dos jovens presos e militantes da Rede Contra Violência, na saida do Instituto Medico Legal, foram abordados por policias militares de forma violenta, sendo que um dos policiais que estavam na viatura (cujo número é 513462) empunhou seu fuzil na direção dos mesmos tentando intimidá-los.


O caso está sendo acompanhado pelo Comitê Estadual para a Prevenção e Combate a Tortura/Alerj e pela Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.


Comissão de Comunicação da Rede contra Violência 


Blog: Infãncia Urgente 

sábado, 20 de agosto de 2011

Enfrentamentos: ocupação do MST em Americana-SP

Enfrentamentos: ocupação do MST em Americana-SP

8 de Agosto de 2011 - Passa Palavra.


Através desta luta, as famílias acampadas e aliados do MST enfrentam as opressões do passado para abrir os caminhos para um futuro mais igualitário, fazendo com que o presente siga veredas da resistência dos de baixo. Por Passa Palavra
Na madrugada de 06 de agosto de 2011, diversas famílias do MST ocuparam no município de Americana, região de Campinas, o sítio Boa Vista, ilegalmente invadido pela Usina Esther para o cultivo de cana-de-açúcar.
ocupa-americana-027
O sítio ocupado tem cerca de 80 hectares, pertence ao INSS e a área fica ao lado do assentamento do MST Milton Santos, uma ilha de produção de alimentos cercada pelo deserto do monocultivo de cana-de-açúcar, onde estão assentadas 75 famílias. Logo na entrada da ocupação, seus integrantes plantaram mudas de bananeira e outros cultivos alimentares.
ocupa-americana-043
ocupa-americana-034
Esta é mais uma ocupação realizada pelo MST em áreas griladas pela Usina Esther que, segundo algumas estimativas, já usurpou cerca de quatro mil hectares de terras públicas municipais, estaduais e federais.
ocupa-americana-021Curiosamente, como se a dominação do passado se repetisse como uma eterna injustiça no presente, no mesmo dia da ocupação pelo MST, os advogados da Usina, junto à Polícia Militar, tentaram – sem sucesso – forçar a reintegração de posse com uma liminar judicial de dois anos atrás, datada de 2009. Já na última ocupação feita na mesma área, a Polícia Militar, sem uma liminar da justiça, havia realizado brutalmente o despejo das famílias. Coincidentemente, conforme relatado por moradores da região, a Usina contrata diversos policiais temporariamente como seguranças.
Tal situação não intimidou os ocupantes e centenas de famílias e pessoas provenientes das cidades de Americana, Cosmópolis, Paulínia, Limeira e Campinas continuam a chegar à ocupação e montar seus barracos de lona preta.
ocupa-americana-015
ocupa-americana-019Conforme prosas [conversas] que tivemos, as situações que as movem vão desde o desemprego provocado pela mecanização das fazendas até a falta de condições para continuar a pagar aluguel nas periferias das cidades. Demonstrando, na prática, que apesar do crescimento da economia e de programas assistenciais, há grande parcela da população excluída do banquete oficial e com gana de lutar.
Através desta luta, as famílias acampadas, os apoiadores e aliados do MST enfrentam as opressões do passado para abrir os caminhos para um futuro mais igualitário, fazendo com que o presente siga veredas da resistência dos de baixo.
ocupa-americana-022
ocupa-americana-023
ocupa-americana-025
_____________________________________
Para os Apoiadores e Aliados
Para garantir a continuidade dessa luta, as famílias acampadas estão necessitando com urgência doações de:
- Lona
- Alimentos
- Gás
- Cobertores
- Produtos de higiene pessoal
Contato: Luciana – (19) 9218-8574
ocupa-americana-029
ocupa-americana-048
ocupa-americana-046
Fotos: Passa Palavra

quinta-feira, 30 de junho de 2011

"Escolas públicas de São Paulo recusam adolescentes que cumprem medida socioeducativa fora da Fundação CASA..."

Escolas de SP recusam alunos em liberdade assistida

Escolas públicas de São Paulo recusam adolescentes em liberdade assistida, ou seja, que cometeram infração e cumprem medida socioeducativa fora da Fundação Casa. O Ministério Público e organizações não governamentais (ONGs) que trabalham com a assistência a esses jovens têm recebido denúncias de familiares que não conseguem efetuar a matrícula. Há relatos de alguns que perderam o ano letivo. Pela lei, todas as crianças e adolescentes têm direito à educação.

Um dos casos investigados pela promotoria ocorreu na Escola Estadual Martins Pena, na zona sul da capital paulista. Apesar de terem efetuado a rematrícula no fim do ano passado, 21 alunos foram transferidos compulsoriamente para uma escola municipal. Só souberam da notícia no primeiro dia letivo, ao serem impedidos de assistir à aula. "Foi uma expulsão branca", diz César Barros, orientador social da Crê Ser, ONG que acompanha dois dos jovens transferidos. O retorno à escola de origem só foi possível graças à mobilização das famílias e à intervenção da Defensoria Pública.

Como frequentar uma escola é obrigatório para quem está em liberdade assistida, ficar fora dela atrapalha a finalização do processo. "Pedi à Secretaria Municipal de Assistência Social a relação das ONGs que trabalham na reinserção desses jovens. Quero saber em quais escolas elas enfrentam resistência", diz João Paulo Faustinoni e Silva, promotor do Grupo de Atuação Especial de Defesa da Educação (Geduc).

Além do problema estrutural da rede, que opera com carência de vagas, os técnicos citam como motivos da exclusão de razões conhecidas - como a suposição de que esses alunos são indisciplinados e de que os pais não querem que os filhos estudem com um menor infrator - a gargalos mais tênues, como a distorção entre série e idade.

Na cidade de São Paulo há 4.447 adolescentes em liberdade assistida. 
Com idade de entre 12 e 18 anos, esses adolescentes cometeram algum ato infracional. Parte deles passou um período internado na Fundação Casa e outro tanto foi sentenciado a cumprir apenas essa medida socioeducativa. Durante a liberdade assistida, o jovem vive com a família e recebe acompanhamento de um orientador social. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5896160/escolas-de-sp-recusam-alunos-em-liberdade-assistida.aspx

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pela Revogação Popular de Mandatos!

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL–AP) e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) conseguiram mais de 27 assinaturas na Casa para o desarquivamento da Proposta de Emenda à Constituição – PEC 73/2005, que permite a revogação popular de mandatos. O pedido de desarquivamento foi feito por meio de um requerimento, protocolado por Randolfe Rodrigues na secretaria geral da mesa. O requerimento será encaminhado para leitura e votação no plenário. 

Para o senador amapaense a proposta é “um grande passo na concepção de uma Reforma Política com participação popular”. A PEC, de autoria do senador Eduardo Suplicy, estava arquivada há cinco anos. Randolfe lembra ainda que se trata de um tema fundamental na implementação de uma Reforma Política efetiva. 

De acordo com o texto da PEC, seria possível a revogação do mandato do Presidente da República ou dos Congressistas, após um ano da data da posse, caso os eleitores reprovassem sua atuação parlamentar nesse período. A mudança alteraria os dispositivos dos artigos 14 e 49 da Constituição Federal. A escolha de novos parlamentares se daria por meio de referendos populares, convocando nova eleição em um prazo de até três meses.

“Nada mais justo do que permitir ao eleitor aprovar ou não, a atuação dos parlamentares que ele mesmo escolheu para lhe representar”, defende Randolfe.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

AO MEU POVO - Por Shakur Assata em 1973


Por Shakur Assata em 1973

AO MEU POVO

Irmãos negros, irmãs negras, eu quero que você saiba que eu te amo e espero que em algum lugar em seu coração que você tenha amor por mim.

Meu nome é Assata Shakur ( meu nome escravo Joanne Chesimard), e eu sou uma revolucionária. Uma revolucionária negra. Com isto quero dizer que eu tenha declarado guerra a todas as forças aos que têm violado as nossas mulheres, nossos homens e que mantém os nossos bebês de barriga vazia.

Tenho declarado guerra aos ricos, que prosperam com a nossa pobreza, os políticos que mentem para nós com rostos sorridentes, e todos os estúpidos. Eu sou uma revolucionária negra e como tal, eu sou uma vítima de toda a ira, ódio, injúria e difamação que Amerika¹ é capaz. Como todos os outros revolucionários negros, Amerika estão tentando nos linchar.

Eu sou uma mulher negra revolucionária, e por isso eu tenho sido acusada e acusada de qualquer suposto crime em que uma mulher se acreditava ter participado. Os alegados crimes em que somente homens supostamente estejam envolvidos, eu tenho sido acusado de planejar. Eles estampam fotografias supostamente nas estações de correios, aeroportos, hotéis, carros de polícia, metrôs, bancos, televisão e jornais. Eles têm oferecido mais de cinquenta mil dólares em prêmios para a minha captura, e deram ordens para atirar para matar.
Eu sou uma revolucionária negra e por definição faço parte do Exército de Libertação Negra. Os porcos têm usado seus jornais e televisões para pintar o Exército de Libertação Negra como uma organização criminosa. Eles nós compararam a personagens como John Dillinger e Ma Barker. Deve ficar claro, deve ser claro para qualquer um que pode pensar ver ou ouvir, que são as vítimas. As vítimas e não criminosos.

Também deve ser claro para nós agora por que os verdadeiros criminosos são. Nixon e seus parceiros cometem o crime de assassinado de centenas de irmãos do Terceiro Mundo e irmãs no Vietnã, Camboja, Moçambique, Angola e África do Sul. Como foi provado por Watergate, os oficiais da lei de execução de nível superior neste país são um bando de criminosos mentindo. O presidente, dois generais de advogado, o chefe do FBI, o chefe da CIA, e metade do pessoal da Casa Branca têm sido implicados nos crimes de Watergate.

Eles nos chamam de assassinos, mas não matei mais de duzentos e cinqüenta homens desarmados Preto, mulheres e crianças, ou ferir milhares de pessoas nos distúrbios que provocaram, durante os anos sessenta. Os governantes deste país sempre consideram a sua propriedade mais importante do que as nossas vidas. Eles nos chamam de assassinos, mas não foram responsáveis ​​pelos 28 detentos irmão e nove reféns assassinados na Ática. Eles nos chamam de assassinos, mas não matamos e trinta estudantes desarmados Negro em Jackson State ou em outro Estado do sul, também.
Eles nos chamam de assassinos, mas não fomos nos que assassinamos Martin Luther King, Jr., Emmett Till, Medgar Evers, Malcolm X, George Jackson, Nat Turner, James Chaney, e inúmeros outros. Não fomos nós que assassinamos, por tiro nas costas, dezesseis anos de idade, Rita Lourenço, onze anos de idade Rickie Bodden, ou dez anos, Clifford Glover. Eles nos chamam de assassinos, mas não podemos controlar ou aplicar um sistema de racismo e opressão que sistematicamente assassinas pessoas negras e do Terceiro Mundo. Embora os negros supostamente compõem cerca de quinze por cento da população total da amerikkkan, pelo menos, sessenta por cento das vítimas de assassinato são negras. Por cada porco que é morto na chamada linha direita, há pelo menos cinquenta pessoas negras assassinadas pela polícia.

Há expectativa negra de vida é muito menor do que o do branco e eles fazem o seu melhor para nos matar antes de estarmos para nascer. Nós somos queimados vivos em armadilha de fogo.Nossos irmãos e irmãs são viciados diariamente em heroína e metadona. Nossos bebês morrem de envenenamento por chumbo. Milhões de negros morreram como resultado da falta de assistência médica. Isso é assassinato. Mas eles têm a audácia de nos chamar de assassinos.
Eles nós chamam de seqüestradores, mas o irmão Clark Squires (que é acusado, junto comigo, de assassinar um policial estadual de Nova Jersey) foi seqüestrado em 07 de abril de 1969, a partir de nossa comunidade negra. Ele foi absolvido em 13 de maio de 1971, juntamente com todos os outros, de 156 acusações de conspiração por um júri que durou menos de duas horas para deliberar. O irmão Squires era inocente. No entanto, ele foi seqüestrado em sua comunidade e família. Mais de dois anos de sua vida foram roubados, mas eles nos chamam de seqüestradores. Nós não seqüestramos milhares de irmãos e irmãs cativos em campos de concentração da Amerika. Noventa por cento da população prisional neste país são de negros e do Terceiro Mundo que não podem pagar fiança, nem advogados.
Eles nos chamam de ladrões e bandidos. Eles dizem que nós roubamos. Mas não fomos nós que roubamos milhões de pessoas negras do continente africano. Nós fomos roubados da nossa língua, dos nossos deuses, de nossa cultura, da nossa dignidade humana, do nosso trabalho, e das nossas vidas. Eles nos chamam de ladrões, no entanto, não somos nós que sonegamos bilhões de dólares a cada ano através de evasões fiscais, fixação ilegal de preços, peculato, fraude contra o consumidor, subornos, propinas e falcatruas. Eles nos chamam de bandidos, mas toda vez que a maioria das pessoas pretas pegam em seus salários, são roubadas. Cada vez que entramos em uma loja no nosso bairro estamos presos. E cada vez que pagamos nosso aluguel ao proprietário é como se colocasse uma arma em nossas costelas.
Eles nos chamam de ladrões, mas não roubamos e matamos milhões de indianos arrancando-lhe a sua pátria, em seguida, para ser chamados de pioneiros. Eles nos chamam de bandidos, mas não somos nós que estamos roubando a África, Ásia e América Latina, de seus recursos naturais e da liberdade, enquanto as pessoas que vivem lá estão doentes e morrendo de fome. Os governantes deste país e os seus lacaios cometeram algumas dos mais brutais crimes cruéis da história. Eles são os bandidos. Eles são os assassinos. E eles devem ser tratados como tal. Esses maníacos não são capazes de me julgar, Clark, ou qualquer outra pessoa negra nos tribunais da Amerika. Os negros deveriam e, inevitavelmente, deve determinar o seu próprio destino.
Toda revolução na história, foi realizada por ações é por todas as palavras necessárias. Temos de criar escudos que nos protejam e as lanças para penetramos nossos inimigos. Os pretos precisam aprender a lutar por lutar. Devemos aprender com nossos erros.
Cada vez que um negro lutador da liberdade é assassinado ou capturado, os porcos tentam criar a impressão de que eles têm anulado o movimento, destruindo nossas forças e acabando com a Revolução Negra. Os suínos também tentam dar a impressão de que cinco ou dez guerrilheiros são responsáveis por toda ação revolucionária na Amerika. Isso é um absurdo. Isso é um absurdo os revolucionários negros não caem da lua. Somos criados por nossas condições. Moldadas pela nossa opressão. Estamos a ser fabricado em massa nas ruas do gueto, lugares como a Ática, de San Quentin, montes de Bedford, Leavenworth. Lá são despejados milhares de nós. Muitos veteranos desempregados negros e mães estão unindo nossas fileiras.
Irmãos e irmãs de todas as esferas da vida, que está cansado de sofrer passivamente, compõem a America negra.Há e sempre será, até que cada homem negro, mulher e criança seja livre. A principal função do Exército de Libertação Negra, neste momento é criar bons exemplos, a luta pela liberdade dos negros e se preparar para o futuro. Temos de nos defender e não deixar ninguém desrespeitar conosco. Devemos obter a nossa libertação, por qualquer meio necessário.

É nosso dever lutar por nossa liberdade.
É nosso dever de ganhar.
Devemos amar uns aos outros e apoiar uns aos outros.
Não temos nada a perder senão as nossas cadeias.
Nota
Assata Olugbala Shakur nasceu em 16 de junho de 1947. Iniciou seu envolvimento com a luta política enquanto jovem em 1967. Aderiu ao Partido Pantera Negra, e passa a se tornar uma destacada militante da organização, no entanto discorda de algumas diretrizes do partido. Reclamando sobre a postura machista existente no interior do partido. Por essas questões decidi romper com o partido e continuar seu ativismo em 1971 aderiu á República Nova Afrika uma organização que reivindicava a criação de um Estado- nação composta apenas pela população negra. Em 1979 sua consciência revolucionária de aprofunda ainda mais, e entra para as fileiras do Exército de Libertação Negra uma pequena organização que defendia a luta armada sendo constituída por Panteras Negras dissidentes que romperam com a direção do partido por considera - lá inclinada ao reformismo social em detrimento a luta revolucionária radical. O Exército de Libertação Negra efetuou algumas ações guerrilheiras escolhendo como alvo principal forças policiais juntamente com expropriações de bancos para arrecadação de recursos para a continuidade da luta. Sobre isso e desenvolvida uma violentíssima repressão sobre seus integrantes que passam a ser caçados como terroristas. Em 1973 em conjunto da companhia de alguns camaradas envolve-se na troca de tiros no qual uma policial de nome Foerster Werner e morto, Assata também e ferida a bala. Presa foi levada a julgamento sobre as acusações de assalto a bancos, seqüestro, homicídio. Seu julgamento ocorre sobre “cartas marcadas” no qual mesmo antes do veredicto final já se sabia que a mesma seria condenada. Isso acaba por ocorrer. Mesmo sobre a condição de cárcere, planeja e executa com a ajuda de aliados um plano de fuga. Sem possibilidade de permanecer nos EUA parte para o exílio em Cuba a onde é acolhida com fraternidade e recebe toda proteção necessária. Atualmente Assata Olugbala Shakur permanece em solo Cubano, apesar das insistentes pressões do governo dos EUA para que Cuba a extradite.
*1 A escrita de America com ''K'' ou com essa mesma letra repetida três vezes e uma expressão usada em referência a Ku Klux Klan. Combatentes antiracista a usam para definir que a estrutura de poder dominante no EUA será inexoravelmente racista mesmo que aja a concessão de "direito" sobre a jurisprudência legal e cívica. 

P.Kassan 12/06/2011 - Consiencia Revolucionaria

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Familia MH2O de Luto - Asssassinato de + um Militante Hip Hop - Loko Rude, Irmão!

terça-feira, 7 de junho de 2011


Familia MH2O de Luto



A Violência levou o Rapper, Cinegrafista amador, Produtor Cultural e militante Loko Rude. O Militante do MH2O foi assassinado na madrugada do dia 07-06 enquanto trabalhava de motoboy na periferia de Fortaleza. Loko Rude foi um dos fundadores da Da Gueto Produções e representava a Nova Escola de raperes do MH2O.

Jovem Criativo e militante fiel do Movimento, loko Rude deixa a Posse NCH2 (Serrinha) para atuar na nossa Posse no Céu.

Vá em paz guerreiro. Continuaremos a sua luta.

Leve um sincero salve e os agradecimentos de toda a Família MH2O.

É com muito pesar que recebemos esta Terrivel Noticia aqui em São Paulo, e mandamos todos os nossos pesares aos amigos e Familiares do nosso irmão Evandro o Loko Rude...

MH2O-SP- Familia.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mais de dois mil profissionais da rede estadual de RJ decidiram parar por tempo indeterminado


SEPE-RJ


• Em assembléia nesta terça (dia 7/6), que reuniu mais de dois mil profissionais no Clube Municipal, os profissionais de educação das escolas estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A falta de disposição do governo estadual em negociar e atender as reivindicações dos professores e funcionários das escolas estaduais foi o principal motivo para a decisão da categoria entrar em greve. Outro fator que revoltou a categoria foi o tratamento repressivo dispensado pelo governo estadual contra a mobilização dos bombeiros que participaram das manifestações no Centro do Rio na sexta-feira, que resultou na invasão do Quartel General da corporação por tropas de elite e na prisão de mais de 400 manifestantes, além de ferimentos em familiares que participavam do ato.

Na quinta-feira (dia 9 de junho), os profissionais de educação, irão se unir aos bombeiros do Rio de Janeiro e fazer um ato nas escadarias da Alerj, a partir das 16h, para pressionar os deputados estaduais a intercederem junto ao governo do estado, com objetivo de reabrir as negociações em torno das reivindicações das duas categorias.

Na sexta-feira, a partir das 13h, o Sepe, bombeiros e outras categorias do funcionalismo estadual farão uma passeata da Candelária até a Alerj.


No domingo, novamente os profissionais de educação, bombeiros e servidores do estado farão uma passeata na Avenida Atlântica, com concentração a partir das 10h, na esquina da Avenida Princesa Isabel com Avenida Atlântica.

A próxima assembléia da rede estadual será realizada na terça-feira (dia 14 de junho) no Clube Municipal na Tijuca, a partir das 14h. Neste encontro, a categoria irá decidir os rumos da greve.

A categoria reivindica do governador Sérgio Cabral o seguinte:

1) Reajuste emergencial de 26%;
2) Incorporação imediata da totalidade da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015);
3) Descongelamento do Plano de Carreira dos Funcionários Administrativos da educação estadual, entre outras reivindicações.


Professores e bombeiros juntos contra Cabral

Veja o calendário da greve na rede estadual:

Dias 8 e 9 de junho: reuniões nas escolas com a comunidade escolar para que a categoria explique os motivos da greve;

Dia 9 de junho (quinta-feira): profissionais da capital e Grande Rio farão um ato conjunto com os bombeiros na Alerj, a partir das 16h.

Dia 10 de junho (sexta-feira): Passeata da Candelária até a Alerj dos profissionais de educação, em conjunto com segmentos do funcionalismo estadual e bombeiros. Concentração a partir das 13h, na Candelária.

Dia 11 de junho (sábado): panfletagens descentralizadas de núcleos e regionais na parte da manhã, explicando os motivos da greve para a população;

Dia 12 de junho (domingo): às 10h, esquina da Avenida Princesa Isabel com Atlântica: concentração para uma passeta conjunta com bombeiros e demais segmentos do funcionalismo até o Posto 6.

Dia 13 de junho (segunda-feira): Assembléias locais em núcleos e regionais;

Dia 14 de junho (terça-feira): Assembléia geral da rede estadual, às 14h, no Clube Municipal (Rua Haddock Lobo 359 – tijuca) para decidir os rumos da greve.