Enfrentamentos: ocupação do MST em Americana-SP
8 de Agosto de 2011 - Passa Palavra.
Através desta luta, as famílias acampadas e aliados do MST enfrentam as opressões do passado para abrir os caminhos para um futuro mais igualitário, fazendo com que o presente siga veredas da resistência dos de baixo. Por Passa Palavra
Na madrugada de 06 de agosto de 2011, diversas famílias do MST ocuparam no município de Americana, região de Campinas, o sítio Boa Vista, ilegalmente invadido pela Usina Esther para o cultivo de cana-de-açúcar.
O sítio ocupado tem cerca de 80 hectares, pertence ao INSS e a área fica ao lado do assentamento do MST Milton Santos, uma ilha de produção de alimentos cercada pelo deserto do monocultivo de cana-de-açúcar, onde estão assentadas 75 famílias. Logo na entrada da ocupação, seus integrantes plantaram mudas de bananeira e outros cultivos alimentares.
Esta é mais uma ocupação realizada pelo MST em áreas griladas pela Usina Esther que, segundo algumas estimativas, já usurpou cerca de quatro mil hectares de terras públicas municipais, estaduais e federais.
Curiosamente, como se a dominação do passado se repetisse como uma eterna injustiça no presente, no mesmo dia da ocupação pelo MST, os advogados da Usina, junto à Polícia Militar, tentaram – sem sucesso – forçar a reintegração de posse com uma liminar judicial de dois anos atrás, datada de 2009. Já na última ocupação feita na mesma área, a Polícia Militar, sem uma liminar da justiça, havia realizado brutalmente o despejo das famílias. Coincidentemente, conforme relatado por moradores da região, a Usina contrata diversos policiais temporariamente como seguranças.
Tal situação não intimidou os ocupantes e centenas de famílias e pessoas provenientes das cidades de Americana, Cosmópolis, Paulínia, Limeira e Campinas continuam a chegar à ocupação e montar seus barracos de lona preta.
Conforme prosas [conversas] que tivemos, as situações que as movem vão desde o desemprego provocado pela mecanização das fazendas até a falta de condições para continuar a pagar aluguel nas periferias das cidades. Demonstrando, na prática, que apesar do crescimento da economia e de programas assistenciais, há grande parcela da população excluída do banquete oficial e com gana de lutar.
Através desta luta, as famílias acampadas, os apoiadores e aliados do MST enfrentam as opressões do passado para abrir os caminhos para um futuro mais igualitário, fazendo com que o presente siga veredas da resistência dos de baixo.
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Para os Apoiadores e Aliados
Para garantir a continuidade dessa luta, as famílias acampadas estão necessitando com urgência doações de:
- Lona
- Alimentos
- Gás
- Cobertores
- Produtos de higiene pessoal
- Lona
- Alimentos
- Gás
- Cobertores
- Produtos de higiene pessoal
Contato: Luciana – (19) 9218-8574
Fotos: Passa Palavra